O
que é a necessidade? (Lógica, analítica, metafísica, epistêmica,
nomológica...)
Modalidede
alética e modalidade deôntica (distinção de axiomas – p. ex.:
Nec P → P).
Vocabulário
dos mundos possíveis e modalidades (bicondicionais intramodal e
extramodal).
Objetivos
e utilizações do vocabulário dos mundos possíveis → diferente
capacidade explicativa e diferentes comprometimentos ontológicos.
Objetivos
para o vocabulário: (a) análise conceitual
(intensional-extensional), (b) análise ontológica (truthmaker para
proposições), (c) análise semântica (model-theoretic semantics –
Kripke style). [Purgar entidades duvidosas (essências, modalidades,
proposições, propriedades...) por análise semântica, ontológica
ou conceitual.] (mostrar propriedade como intensional: Px = Py sse
“Px” e “Py” são V nos mesmos mundos – Quine. | P → Q =
não há PW em que P e ~Q | Redutibilidade: em todos os PW, todo B
tem A; Independência: há PW em que A e ~B...)
Aplicações
ontológicas: (1) identificação ontológica, (2) ser fazedor de
verdade de sentenças modais (p. ex.). [1: Para todo x, Fx sse Wx
(Fx: entidade a ser reduzida | Wx: constructo de mundos) (não
implica que existe x tal que Wx, i.e., não tem comprometimento
ontológico ainda); 2: Pw ser fazedor de verdade (realismo) →
permite aplicação ontológica (PW faz sentença possível não
actual ser V).
Aplicação
semântica: construção de linguagem formal modal (Kripke/Tarski)
| Objetivos da semântica: regimentar sentenças da linguagem
natural, teoria do significado para termos modais na linguagem
natural, explicar a validade de inferências modais (p.ex.: Nec P →
P), resultados metalógicos (completude: toda fórmula válida é
demonstrável | correção: regras de inferências demonstram
somente fórmulas que são válidas), justificar lógica de primeira
ordem para avaliar argumentos modais. Interpretação deve permitir
a construção de tal semântica. No caso de anti-realistas, eles
devem justificar o uso da semântica, mostrando como não se
comprometer com quantificação existencial a indivíduos e mundos
não actuais.
-
Vantagens:
esclarecer interações modais e relação de acessibilidade (mesmas
restrições).
Vantagem:
esclarece a discussão sobre a modalidade absoluta.
Uso
do vocabulário PW deixa em aberto: a forma lógica, o conteúdo
conceitual e o comprometimento ontológico. (dependeria da
interpretação)
Interpretação
– decidir sobre: (i) aptidão para a verdade das PW-sentenças e
verdade de PW-sentenças contestadas; (ii) indicar padrão de
valores de verdade para as PW-sentenças; (iii) mostrar a estrutura
semântica das PW-sentenças, (iv) dar o significado de termos
teóricos chave contidos na PW-sentenças.
Questões
para decidir interpretação: (1) PW-sentenças estão aptas à
verdade?, (2) alguma PW-sentença contestada é verdadeira?, (3)
PW-sentenças permite a inferência de PW não actual? [Para
responder iv, precisamos dar respostas para 1, 2 e 3 anteriormente.]
Respostas:
Abstencionistas:
sem interpretação / sem uso substantivo
Realistas
genuínos: sim para 1, 2 e 3. (quantifica irrestritamente | PW é
entidade maximal concreta) (Lewis)
Realistas
actualistas: sim para 1, 2 e 3. (quantifica sobre o que é actual |
PW = tipos de estados de coisas, ou combinação de propriedades e
indivíduos actuais (Armstrong), ou tipo de propriedade complexa, ou
tipo de coleção de sentenças interpretadas)
Anti-realista:
nega 1, ou 2, ou 3. (Devem justificar o uso da semântica, mostrando
como não se comprometer com quantificação existencial a
indivíduos e mundos não actuais.
Anti-Realista
nega a: não factualismo.
Anti-Realista
nega b: factualismo + teoria do erro.
Anti-Realista
nega c: dar abordagem positiva da estrutura semântica.
Como
compatibilizar a existência do deus teísta com a quantidade e
qualidade dos males que há no mundo e no além (inferno)?
Formas
do problema do mal: (a) lógica (incompatibilidade) e (b) indiciária
(mal é indício que Deus não existe)
(a)
I. Deus existe e é onipontente, onisciente e onibenevolente. II. O
mal existe. [Dilema: se I é falso, o teísmo é falso; se II é
falso, não há pecado e remissão.]
Explicitar
a inconsistência: III. Um ser onisciente, onipotente e
onibenevolente impede qualquer mal. [I e III → ~II; I e II e III →
(I e III) e II → (I e III) e II e ~II (inconsistente)]
Resposta:
há males, mas Deus não os evitaria, pois há males necessários
para certos bens que ultrapassam o mal (ex.: cansaço e objetivo
realizado | males e livre-arbítrio).
Explicações:
Mal de 1a ordem: dor, sofrimento e doença (permite simpatia,
gentileza, heroísmo); Bem de 1a ordem: prazer, felicidade | Bem de
2a ordem: bem cujo mal de 1a ordem é necessário – bem de 2a
ordem é sempre mais valioso que mal de 1a ordem)
Analogia
bons pais – Reformulação de III: um ser onipotente, onisciente e
onibenevolente impede qualquer mal que não seja necessário para um
bem superior (→ não há males sem sentido: mal não necessário
para um bem superior).
Males
de 2a ordem não são “absorvidos” por bens de 2a ordem. Ex.:
crueldade, malevolência, calúnia, covardice.
Há
males sem sentido? Como justificar os males de 2a ordem?
Respostas:
(i) teísmo cético, (ii) teodiceia.
(i):
impossível saber se há males sem sentido, pois Deus conhece bens
apenas acessíveis a ele; ou a bondade de Deus é diferente da nossa
(Hume: então não sabemos o que seria Deus ser bom. Stuart Mill:
Deus é dito como bom, mas descrito como mal. Se a bondade de Deus é
diferente da nossa, não sabemos o que é a onibenevolência.)
Objeção:
analogia dos bons pais não é boa, pois Deus se oculta.
Resposta:
até a ocultação de Deus pode ser em função de um bem maior
(como ter livre-arbítrio e não se sentir obrigado por Deus a
agir).
Objeção:
os fins justificam os meios? (Imoral utilizar um ser autônomo como
um meio para um fim | E seria injusto) (Deus cria mundo assim, para
o homem sentir necessidade de religião e devoção [problema:
incompatível com onibenevolência], ou ele usa de males para obter
boas finalidades [problema: incompatível com a onipotência].
(ii):
dizer os objetivos de Deus para permitir a quantidade e qualidade de
males que há no mundo e no além (tentar mostrar que não há males
sem sentido).
Ex.:
Males de 2a ordem são justificados por bens de 3a ordem, como o
livre-arbítrio.
Objeção:
Males de 2a ordem não são necessários para o livre-arbítrio.
Resposta:
não são necessários, mas dado o livre-arbítrio, por vezes tais
males irão ocorrer. E o livre-arbítrio é necessário para um bem
de 4a ordem (Objeção: qual? Quantas ordens iremos aceitar?)
Ex.
de teodiceia: John Hick e a edificação da alma (ela é importante,
para querermos, livremente, não realizar o mal) (escolhas livres →
sofrimento → crescimento) (progresso para o bem é melhor do que
governança eterna do bem) (pecado + redenção é melhor do que
inocência sem pecado e sem redenção – objeção: debatível:
pai fica feliz com o retorno do filho pródigo, mas ele não
preferiria ter algum filho pródigo do que não ter nenhum pródigo
→ nada indica que pecado+redenção é melhor).
Objeção:
mundo hostil ao desenvolvimento espiritual e não parece justo.
Resposta:
se o mundo parecesse justo, as pessoas agiriam bem por medo, e não
por senso de dever ou por compreensão de que o bem é melhor. O mal
imerecido gera valores elevados na vida pessoal.
Objeção:
o desenvolvimento moral do assassino não justifica a morte de um
inocente.
Objeção
2: Isso não dá conta do mal natural (e alguns males morais, como a
crueldade física, só são possíveis pela existência de males
físicos, como a pele ser cortável, p. ex.). (resposta: dá, sim. O
mal imerecido gera altos valores – Hick) (Plantinga: mal natural é
causado por anjos caídos. Objeção de Swinburne: anjos ad hoc
ajuda a desconfirmar a existência de Deus; além disso, o teísmo
está em disputa, portanto não pode dar apoio positivo).
Objeção
3: como nem todos se desenvolvem moralmente plenamente nesta vida, o
objetivo de Deus só faria sentido se houvesse reencarnação.
Resposta
(evasiva): impossível justificar cada mal, mas é possível dizer
que não haveria desenvolvimento moral em paraíso hedonista.
Resposta
(acertiva): assassinato é justificado pelo livre-arbítrio e mal
natural não é mal, mas é infortúnio da convivência entre
espécies).
Objeção:
se Deus é onipontente, porque criar espécies que causarão males
umas às outras?
Objeção:
se o céu (com seres que livremente escolhem sempre o bem) é
possívelm por que não é actual? E, se é possível que um homem
escolha sempre o bem, é possível que toda a humanidade o faça.
Resposta:
Livre-arbítrio implica variação na moralidade da ação.
Objeção:
se envolve variação, não entendemos como é um bem de 3a ordem.
E, se envolve variação, então ou não é possível que haja céu,
ou os humanos que escolhem sempre o bem não são livres.
Desvio
de Moore: provavelmente há males sem sentido; se deus existe, não
há males sem sentido; logo, provavelmente, Deus não existe.
Provavelmente Deus existe; se deus existe, não há males sem
sentido; logo, provavelmente, não há males seem sentido.
Sobre
o desvio: o que é mais provável: existência de males sem sentido
ou existência de Deus? | teísta depende que a crença na
existência de Deus seja provável.
Objeção:
impossível ter indícios sobre a existência de Deus.
Resposta:
há indícios (argumentos: cosmológico, ontológico, desígnio,
moral, explicação mística (abbdução)).
Argumento
estético pelo mal: o contraste aumenta a beleza (ex.: parte
dissonante contribui para a beleza da música como um todo)
Onisciência
e livre-arbítrio: distinção: onipotência de 1a ordem (poder
ilimitado de agir), onipotência de 2a ordem (poder ilimitado de
determinar os poderes das coisas). Dar poder de livre-arbítrio para
seres → limitar a onipotência de 1a ordem. Mas nada pode ter
onipotência de todas as ordens simultaneamente.
Resposta:
pode, sim, se não usar a onipotencia de 2a ordem para restringir a
de 1a.
Temos
livre-arbítrio mesmo ou Deus faz tudo ocorrer? (se deus tinha o
conhecimento de tudo que iria ocorrer e de todas as possibilidades
para criar as coisas, e se ele tem o poder de atualizar qualquer uma
dessas possibilidades, parece que Deus escolheu como tudo seria, e
não os próprios seres humanos). [Nesse caso, a distinção entre
fazer e deixar ocorrer não é tão clara]
Problema
da omnificência: Deus é, junto com os humanos, também produtor do
mal.
Solução:
Deus não pode controlar decisões de seres com livre-arbítrio.
É
possível o livre-arbítrio?
LA:
sem barreiras externas, sem barreiras psicológicas e sem causas
suficientes. Temos consciência direta do LA.
Objeção:
Impossível ter acesso direto ao LA, porque embora possamos saber
sobra a existência ou inexistência de barreiras externas,
conhecemos muito menos as nossas barreiras psicológicas e as causas
suficientes das nossas ações (não é possível consciência
direta da falta de causalidade, i.e., não é possível evidência
introspectiva do LA.
Resposta
possível: Deus não sabe o que farão as pessoas com LA, mas sabe
tudo que há para saber.
Objeção:
reduz muito o conhecimento de deus: ele saberia o mesmo que nós
podemos saber sobre o que ocorrerá no mundo humano. Redução de
conhecimento → Redução de poder.
Resposta:
Deus assumiu os riscos de criar humanos com LA.
Objeção:
Negligência.
Indeterminismo
ser V ajuda o teísta?
Não,
pois ações seriam randômicas e não explicáveis.
Não,
pois não poderíamos utilizar o LA para explicar o mal. A ação má
seria randômica, e não responsabilidade de seres autônomos e
livres.
Plantinga:
há pessoas com depravação transmundial (essencialmente depravado)
(fazem ação má em qualquer mundo em que existam), e isso é a
fonte do mal.
Objeção:
ou Deus não criaria tais pessoas, ou só as criaria se fosse
necessário para haver LA. Mas depravação transmundial não parece
uma condição necessária do LA.
Se
formos utilizar realmente o conceito de LA, ele deve seguir as
seguintes condições:
(1)
Decisões livres são independentes da essência do agente, de modo
que não poderiam ser divinamente previstas; (2) ser um bem tão
valioso (ou ser necessário para tal bem) que supera todos os males
não absorvidos ou o risco desses males (pra não cair em
negligência); (3) LA não pode colocar o homem fora da
possibilidade de controle por Deus.
Argumentos metafísicos, epistêmicos e lógicos.
Arg.: Ontológico, cosmológico, modal, design (teleológico) e
incompatibilidades de propriedades ou inconsistência de alguma
propriedade.
Arg. Ontológico: (1) conceito de Deus, (2) estabelece existência
de Deus a priori.
Arg. Ontológico de Anselmo (definições):
X não existe = X existe apenas no entendimento.
Deus = o ser maior do que o qual nenhum é possível.
Existência é qualidade produtora de grandiosidade (debatível:
sempre é possível ser melhor do que o que existe, a não ser que
estejamos no melhor dos mundos possíveis)
Argumento:
Deus existe no entendimento. Deus poderia existir na realidade. Se
algo existe no entendimento, e não na realidade, então poderia ser
maior do que é. Suponha que Deus existe apenas no entendimento.
Logo, Deus poderia ser maior do que é. Logo, é falso que Deus
exista apenas no entendimento. Logo, Deus existe na realidade e no
entendimento.
Objeção de Gaunilo: Ilha mais perfeita possível existe.
Resposta: argumento de Anselmo serve apenas para Deus, porque só
ele tem qualidades infinitas e a existência só é produtora de
grandeza para seres com qualidade infinitas.
Objeção: ad hoc.
Objeção 2: argumento diz que Deus é possível, mas não sabemos
se Ele o é. Pode ser que sempre possa haver um ser maior (tal como
no caso dos números).
Resposta: “Log poss → Met poss” é anti-intuitivo. Então a
poss lógica de Deus não implica sua poss metafísica. Deus é
nomologicamente impossível, mas algumas impossíbilidades
nomológicas são possibilidades metafísicas (as leis são
metafisicamente contingentes, embora nomologicamente necessárias).
Deus seria metafisicamente possível.
Objeção: argumento ruim, porque há algumas impossibilidades
nomológicas que não são possibilidades metafísicas.
Objeção 3: não podemos determinar se há algo que satisfaz um
conceito, ao adicionarmos ao conceito que o objeto existe (ex.:
conceito: a ilha de 1000 bananeiras que existe – Ainda caberia
perguntar se há algo que cai sob esse conceito).
Arg. Ontológico de Descartes: ideia de perfeição | toda ideia vem
de algo existente | Logo, há algo perfeito. | Só Deus é perfeito.
| Logo, Deus existe.
Arg. Desígnio: complexidade/ordem → criador inteligente
Complexidade = (1) sistemas teleológicos naturais (ex.: olho –
partes unidas em virtude de uma finalidade), (2) constantes
fundamentais das leis do universo (probabilidade reduzida de
exatamente essas constantes).
Argumento 1: As máquinas são produzidas por seres inteligentes. O
universo se assemelha a uma máquina. Logo, provavelmente o universo
foi produzido por seres inteligentes.
Objeções (Hume): não conhecemos todo o universo → não podemos
saber a segunda premissa. | Ser produzido por seres inteligentes não
implica a existência do Deus teísta.
Reformulação do argumento: As máquinas são produzidas por seres
inteligentes. Muitas partes naturais do universo se assemelham a uma
máquina. Logo, provavelmente muitas partes naturais do universo
foram produzidas por seres inteligentes.
Objeção: seleção natural e evolução (Darwin) são teoria
alternativa plausível (ex.: olho).
Argumento 2: É uma possibilidade remota que as constantes permitam
a vida humana. Logo, é provável que tenham sido escolhidas por
desígnio inteligente. (Swinburne: probabilidade com hipótese
teísta é maior do que sem a hipótese teísta, pois: explica
probabilidade, deus teísta é mais simples que outras explicaçõe,
explica nossa capacidade de apreender a realidades, explica a
existência de ordem e de vida mental (ambas são boas e Deus é
bom) [Objeções: teísmo não é mais simples que teorias
científicas (Deus não é simples, se tem características que nós
temos em nível máximo, pois nós não somos simples) | Só a
hipótese teísta explica porque as coisas têm os poderes que têm
(sem ela, é fato bruto) [Objeção: dizer que Deus fez assim não
explica; para ter explicação, é preciso dizer como Deus fez. Além
disso, falta clareza explicativa e simplicidade conceitual].
Objeção dos mundos possíveis: se existem muitos PW, então nosso
mundo não é possibilidade remota.
Resposta (Swinburne): não temos evidência de outros PW e nem é
possível obter, mas temos indícios pelo Deus teísta.
Objeção: essa resposta removeria a priori a teoria dos muitos
mundos da jogada.
Objeção final: mesmo que os argumentos do desígnio estejam
corretos, eles não provariam a existência do Deus teísta.
Onisciência: (A) conhecer tudo que há para ser conhecido.
Objeção: se Deus é incorpóreo, não sabe realizar coisas
corpóreas; Deus não conhece maus sentimentos (luxúria, inveja
etc); Deus não sabe como é ser ignorante.
Resposta: Deus sabe pela mente dos homens [problema: cair no
panteísmo].
(B) conhecer todo o conhecimento proposicional [problema: saber
todas as crenças verdadeiras ainda deixa em aberto a possibilidade
de ter crenças falsas]
(C) B + x crê que P sse x sabe que P
Objeção (Grim): Deus não pode saber que sou eu que estou sujando
o chão (diferente de saber que Rodrigo está sujando o chão).
Objeção 2: impossível saber todas as verdades, pois não existe
conjunto de todas as verdades. Dado o conjunto de todas as verdades,
seu conjunto potência (conjunto de todos os subconjuntos) terá
mais verdades que o conjunto de todas as verdades (p.ex., as
verdades de que tais elementos pertencem ao conjunto).
Resposta: verdades de VP não são V nem F.
Objeção: Bizarro. Seria como dizer que algo existe, mas não há
verdades sobre esse algo, nem a verdade de que existe.
Incompatibilidades de atributos:
Onisciência e liberdade divina: Deus sabe o que fará?
Perfeição moral e liberdade divina: Deus tem de criar o melhor PW,
portanto não é livre (se deus não pode agir mal, então não tem
escolha moral genuína e, portanto, não é moralmente louvável; e,
se não é moralmente louvável, não é perfeito).
Imutabilidade e onisciência: impossível algo imutável saber que
está chovendo agora.
Imutabilidade e Deus criador:
impossível criar atemporalmente algo.
Onisciência e liberdade humana:
agir tendo o poder de agir de outro modo é inconsistente com a
predestinação. [Respostas possíveis: abandonar a predestinação
e aceitar presciência (analogia do telescópio) (problema: pouca
distinção entre prever e predestinar, num caso aonde se tem todo
poder e conhecimento); ou dizer que podemos mudar fatos com relação
ao passado (fatos sobre o conhecimento de Deus) (problema: bizarro);
ou negar que Deus tem presciência (i.e., liberdade como
imprevisível, i.e., futuros contingentes não são V ou F); ou
rejeitar liberdade (problema para o teísmo e o problema do mal).
Argumento: (1) coisas são causadas
por outras, (II) há um ser incausado que causou a mudança, (III)
Esse ser é deus.
Anselmo: (A) todo ser é dependente
(exist. Explic. Por outro) ou auto-existente. (B) nem todo ser pode
ser dependente. (C) Logo, existe um ser auto-existente.
A: a existência de algo não se
explica por nada (PRS). (intuitivo x realidade não intuit)
B: tem de haver o primeiro da
série.
Objeção: ignora série infinita
para o passado.
Resposta: tal série careceria de
explicação.
Objeção: a série de seres
dependentes não é um ser dependente.
Resposta: type e token têm
explicações diferentes (eu e a espécie humana, p.ex.)
Objeção: A explicação da série
é o conjunto das explicações dos seres dependentes.
Resposta: faltaria explicação
para o fato de haver seres dependentes.
KALAM: O universo tem um começo. A
causa desse começo é X (teísta: x = Deus; ateísta: x = o
próprio universo)
Argumento: Se o nosso universo não
teve começo, houve uma série infinitas de acontecimentos. Uma
série infinita de acontecimentos é impossível [problema: isso
implicaria um infinito de tempo entre o passado e nós]. Logo, o
nosso universo teve um começo.
Continuação: A causa é deus
(teísta) x A causa é o próprio universo (ateísta)
Quentin Smith: tudo que começa tem
causa. O universo começou a existir. Logo, o começo da existência
do universo tem causa. Como o universo é uma linha temporal
semi-aberta em direção ao passado (t = o é matemáticamente
impossível), não há um primeiro instante, mas há um primeiro
momento (intervalo), pois para qualquer ponto, podemos encontrar um
ponto anterior que foi sua causa (números reais).
Objeção: o que causa a totalidade
dos instantes?
Resposta: tal totalidade é
abstrata e entidades abstratas não se relacionam causalmente com
conretos como Deus.
Como explicar a existência das
leis? Com sua existência num momento anterior e na interseção
entre momentos.
Objeção de Burke: pato sobre a
mesa + intervalo semi-aberto → má explicação.
Objeção de Cid: se o universo
teve começo, há uma quantidade finita de tempo entre o começo e
nós, embora possamos dividir infinitamente essa quantidade.
Responsabilidade moral, LA e
determinismo. (As pessoas são controladas por Deus ou há
livre-arbítrio?)
J. Locke: mente tem poder para
mover partes do corpo. Mas o que causa a mente mover o corpo?
Somos livres apenas se nossas ações
não são causadas. Mas há ações não causadas? (bizarro algo
ocorrer sem que haja nenhuma causa)
Determinismo: todo evento tem causa
| LA: há eventos (mentais) que não têm causa. [Incompatibilismo]
[Soluções: LA é ilusão, ou Determinismo é ilusão.]
Causalidade e Necessidade: se água
congelou em condições x, tinha de congelar. | c causa e = dado que
c ocorreu, e tinha de ocorrer, i.e., dada a ocorrência de c, é
fisicamente necessário que e ocorra. [Determinismo → 1 futuro
possível (cadeia causal linear) x Indeterminismo (cadeia causal
árvore)]
Spinosa: pessoas pensam ser livres,
porque ignoram as causas de suas escolhas.
Incompatibilistas do LA: rejeitam
determinismo (não funciona para o mental | determinismo não é
possível de ser provado para eventos mentais e nunca foi provado
pro mundo físico), aceitam que pessoas poderiam ter agido de outro
modo, que há eventos mentais não causados, e que a experiência de
deliberação mostra que o LA existe.
Compatibilismo: Há LA. O
Determinismo é V. Um ato pode ser livre, mesmo que a volição seja
causada.
Compatibilismo atenta para o uso
que fazemos do conceito
de LA: livre = fazer o que se quer (ação fruto de desejos,
intenções e propósitos) ~ Ação Voluntária (causalidade
interna, e não externa - Aristóteles)
Poderíamos ter agido de outro
modo?
Sim, se tivéssemos escolhido
diferente.
São as decisões as decisões
causadas?
Sim, pelos desejos e preferências
(dar exemplo).
Objeção compatibilista ao
indeterminismo do LA: se a volição é não causada (não existe
condição suficiente), nem pelos próprios desejos, como a ação
dela resultante seria considerada ação do agente? (A Ação seria
algo automático, como espirrar e de ocorrência arbitrária. →
Indeterminismo do LA torna ação livre sem sentido, pois a torna
fruto do acaso em vez de do processo deliberativo.
Casos de fronteira:
Assalto: dar a carteira é ato
livre? (desejo de salvar a própria vida) (mas houve também
restrição externa) → distinção coerção x não-coerção.
Viciado em drogas/álcool
(compulsão interna) → conflito de desejos (+ forte ganha) (vicio
causa desejos – a ação fruto de tais desejos é livre?) Não
temos controle sobre a força dos desejos → desejo de comer pizza
~ desejo de injetar heroína.
Objeção ao compatibilismo: se
preferências e outros estados internos são causados, a cadeia se
estende para além do controle do agente (não controlamos as
crenças e desejos que temos)
Poderíamos ter desejos diferentes
de como agimos? Só se as causas dos desejos tivessem sido
diferentes. Mas tais causas poderiam ter sido diferentes? Se não,
como considerar-se livre.
Fatalismo 1: nada pode mudar o
curso dos eventos / decisões não importam, pois tudo já está
decidido.
Fatalismo (Aristóteles): Batalha
Naval + argumento do preguiçoso → ser passivo.
Determinismo → Fatalismo 1? Não,
mas pode implicar Fatalismo Lógico.