terça-feira, 13 de março de 2012

Atributos Não-Instanciados

Autor: Rodrigo Figueiredo

Esta dissertação versa sobre os atributos não instanciados. Alguns filósofos pensam que temos que levar a sério a noção de atributo universal (entidades que são, em um sentido mínimo, instanciáveis – entidades que podem ter instâncias). Um exemplo de atributo universal é a propriedade de ser vermelho que todas as rosas vermelhas instanciam (supondo que tal propriedade existe). Dentre os filósofos que levam a sério a noção de atributo universal, alguns pensam que todo atributo universal realmente existente tem que ter alguma instância no mundo atual; esses filósofos são os chamados “aristotélicos”. Para estes, a propriedade de ser vermelho instanciada pelas rosas vermelhas só existe enquanto há indivíduos (como as rosas vermelhas) que instanciam aquela propriedade. Outros filósofos pensam que os universais existem mesmo que não tenham instâncias atuais, ou seja, são pelo menos alguns deles são contingentemente instanciados; neste caso, a propriedade de ser vermelho existiria mesmo que não houvesse nada que fosse vermelho no mundo atual. Outros ainda pensam que existem atributos que sequer podem ter instâncias, por exemplo, a propriedade de ser quadrado e redondo, que são os atributos necessariamente não instanciados. Esses dois últimos fazem parte de uma corrente filosófica chamada “platonismo”. Defendo uma variante moderada do platonismo, que não vê problemas com atributos universais contingentemente não instanciados, mas sim com atributos necessariamente não instanciados – atributos que não podem ter instâncias. A tese aqui será condicional: Se temos motivos para postular a existência de universais, não há problema com a existência de atributos contingentemente não instanciados, mas apenas com os atributos necessariamente não instanciados.


Citação: Figueiredo, Rodrigo (2012). Atributos Não Instanciados. Dissertação de Mestrado para o PPGLM da UFRJ. Orientação: Marco Ruffino.