sexta-feira, 12 de outubro de 2012

130º Café Filosófico: O Bom, o Verdadeiro e o Belo

(clique na imagem para assistir ao vídeo desta sessão)
Desde Platão que muitos filósofos têm considerado o Bem, a Verdade e a Beleza como “valores últimos”, ou seja valores que não precisam de nenhum outro valor para serem justificados e que, por sua vez, justificam todos os outros valores. Assim, posso dizer que “este quadro agrada-me simplesmente por que é Belo”, ou “acredito nisto porque é Verdade” ou ainda “fiz isso porque dessa forma agi Bem” sem precisar de mais nenhuma justificação.

Parece-me um exercício interessante pensarmos qual destes “valores últimos” desempenha um papel mais predominante nas nossas vidas, isto é, se nos guiamos mais pela Bondade, pela Beleza ou pela Verdade.  Como tal, no início desta sessão pedi aos participantes que, num acto de introspecção, escolhessem entre estes três “valores últimos” aquele que consideram mais importante nas suas vidas: ”São gente do Bem, da Verdade ou da Beleza?” – foi assim, em jeito de provocação, que a sessão começou.
Nesta noite no E-Learning havia mais “gente da Verdade”, pelo que rapidamente encontrámos o objectivo deste diálogo: aprofundar e procurar responder à pergunta “O que é a Verdade?” Mas antes disso, como é costume num Café Filosófico e, já agora, na Filosofia em geral, andámos um pouco “às voltas” procurando diferentes vias de entrada, implicações, problemas e argumentos em torno do conceito de “Verdade”. Analisámos a “preferência da Verdade à Mentira”, procurámos saber se “a Verdade é um espelho ou uma construção da realidade”, se “há Verdade além do Homem”, qual a relação da “Verdade com a Consciência”, etc.
Este andar “às voltas” de um determinado conceito contraria a ideia feita de que antes de discutirmos algo devemos definir bem os termos da discussão e tem as vantagens de, por um lado, nos fazer perder tempo com o conceito que temos pela frente (e como é bom perder tempo!) e, por outro lado, é uma forma de ganharmos uma visão panorâmica sobre os problemas que esse mesmo conceito nos oferece.
Tomás Magalhães Carneiro - Instituto de Filosofia, Universidade do Porto