sexta-feira, 18 de março de 2011

Tradução de Maudlin, Tim (2007). "Epílogo". In: The Metaphysics Within Physics. Oxofrd: Oxford University Press.

Observação sobre o Método da Metafísica



A loucura mais requintada é feita 
de sabedoria desfiada bem fina

Benjamin Franklin


Pelo último quarto de século – ou talvez pelo último quarto de milênio – algum esforço considerável tem sido dirigido à 'análise' de um suposto problema metafísico, que tem o nome de 'o problema dos discos homogêneos que giram' ou das 'esferas homogêneas que giram'. Em sua encarnação moderna, o problema deriva das conferências feitas por Saul Kripke e David Armstrong em 1979 e 1980 respectivamente. O alvo do problema pode ser visto como a doutrina lewisiana da superveniência humiana ou, mais amplamente, como a análise metafísica da persistência ao longo do tempo. A forma particular do problema que eu quero abordar tem a seguinte estrutura:

  1. É asserido que há duas situações distintas e metafisicamente possíveis: a de uma esfera (ou um disco, ou outro objeto rotacionalmente simétrico) completamente homogênea em descanso e a de um objeto homogêneo exatamente similar em forma que está girando sobre seu eixo de simetria.
  2. É requerido que uma visão metafísica deva permitir – como o humianismo de Lewis ou alguma visão particular sobre a persistência ao longo do tempo – isso como possibilidades distintas.
  3. É argumentado que uma visão particular não pode (alternativamente: pode) permitir essas duas possibilidades distintas; e, assim, a visão em questão é enfraquecida (alternativamente: fortalecida).

É bastante óbvio como usar este caso, por exemplo, contra Lewis: as duas situações parecem idênticas com relação ao ‘mosaico humiano’ de propriedades que Lewis defende e, assim, pela superveniência humiana, elas teriam de ser as mesmas em todos os aspectos. Dessa forma, a doutrina humiana de Lewis não pode dar conta dessas possibilidades distintas. E então Lewis tem de estar errado.
Eu não tenho o fôlego para defender o humianismo de Lewis: de fato, ele está errado. E também não tenho fôlego para defender nenhuma teoria particular da ‘persistência ao longo do tempo’. No entanto, devemos ressaltar que o pequeno argumento esboçado acima não tem valor algum como um instrumento para fazer metafísica, e que a vontade de considerá-lo como um problema é uma indicação de um erro fundamental do método filosófico.
O problema é simples: não temos quaisquer razões para afirmar que sabemos que as duas situações supostamente distintas e metafisicamente possíveis são cada uma delas (e menos ainda ambas) metafisicamente possíveis. A primeira premissa do argumento falha, de modo que o projeto inteiro não pode sair do chão.
Começamos com o óbvio: nós temos toda razão de acreditar que não há tal coisa como uma ‘matéria perfeitamente homogêna’. A teoria atômica da matéria é tão bem estabelecida quanto qualquer teoria científica. Se por ‘matéria’ queremos dizer o tipo de coisa de que os corpos sólidos (entre outras coisas) são compostos, então ela não é homogênea.
Em segundo lugar: toda a nossa experiência de corpos girando é uma experiência de corpos acuais. Portanto, nós não temos nenhuma experiência de matéria homogênea girando e nem não girando. Nós sabemos, com certeza o suficiente, que é possível para os corpos sólidos girarem, pois há corpos actuais que giram, os quais estamos familiarizados. Então, para termos alguma razão para aceitar que as duas situações previstas na primeira premissa são cada uma delas metafisicamente possíveis, teríamos de ter razões para aceitar duas asserções distintas que a nossa experiência direta não sustenta: que a matéria perfeitamente homogênea é ela mesma possível metafisicamente e que, se ela fosse possível, seria capaz de estados distintos de rotação e de não rotação. A questão é: o que nos provê alguma razão para aceitar qualquer uma dessas coisas?
Evidentemente, nós podemos ter boas razões para acreditar que certos estados de coisas não-actuais envolvendo objetos materiais são metafisicamente possíveis. A grande maioria, se não a totalidade, das instâncias cotidianas de tal crença são instâncias de coisas tomadas como fisicamente possíveis. E julgamos os estados como fisicamente possíveis porque eles são tomados como modelos de alguma teoria física (explícita ou implícita). Considere Aristóteles. Certamente ele aceitaria a possibilidade de esferas homogêneas que giram ou que não giram. Pois Aristóteles acreditava (erroneamente) que a matéria actual era homogênea e acreditava (corretamente) que a matéria actual pode girar. Ele poderia não ter acreditado que todo objeto material actual fosse perfeitamente esférico ou perfeitamente homogêneo, mas na ausência de um argumento pelo contrário, ele teria considerado a possibilidade de uma esfera homogênea com a natureza actual da matéria. Então é evidente por que Aristóteles teria tomado as duas situações mencionadas na premissa principal como possíveis: ele os teria tomado como fisicamente possíveis. Aristóteles estaria justificado em aceitar a primeira premissa na medida em que ele estava justificado em sua crença na física.
Porém, evidentemente, nós não estamos justificados em tomarmos esses estados como fisicamente possíveis para a matéria. É justamente o oposto, nós estamos certos moralmente de que a matéria não é homogênea. Interessantemente, pode-se argumentar que a física contemporânea reconhece uma entidade que pode ser perfeitamente homogênea: um campo. Talvez o campo elétrico ao redor de uma partícula pontual (point particle) seja perfeitamente esfericamente simétrica. Porém, isso não nos ajuda em nada, dado que a física contemporânea não sugere que tal campo esfericamente simétrico possa ter estados distintos de rotação e de não rotação. Pode-se ‘girar’ matematicamente um campo ao mapearmos os valores do campo a partir de pontos e para outros pontos obtidos por rotação, mas para um campo que é simétrico sobre seu eixo de rotação, o resultado é exatamente o mesmo estado com que começamos. O campo não gira.
E nem há algum modelo da física tal como a temos hoje que permita a matéria perfeitamente homogênea. Então nós não temos nenhum fundamento para supor que a matéria homogênea é fisicamente possível. E, portanto, nós não temos o fundamentousual para pensarmos que um estado não-actual é metafisicamente possível.
Pode-se objetar: há uma teoria física perfeitamente boa que pode lidar com a matéria homogênea, a saber, a mecânica do contínuo. Então devemos investigar a mecânica do contínuo para vermos se o enigma pode ser formulado.
Porém, há aqui uma confusão sobre o sentido no qual a mecânica do contínuo é uma ‘teoria perfeitamente boa’. A mecânica do contínuo pode ser muito útil para físicos e engenheiros interessados em problemas físicos particulares, como a turbulência e o fluxo das águas. Mas sua utilidade nesses casos claramente deriva de seu status como uma boa aproximação. A mecânica do contínuo é primeiramente um pedaço de matemática e, como tal, tem qualquer estrutura matemática que se coloque nela. Por exemplo, na mecânica do contínuo apenas é postulado, a fim de especificar a estrutura matemática, que o estado de um contínuo deve ser caracterizado por um campo de velocidade: em cada ponto do contínuo, há um vetor chamado de velocidade desse ponto. É tentador – mas, de um ponto de vista matemático, completamente desnecessário – interpretar o vetor velocidade como indicando ‘quão rápido e em que direção tal pedaço de contínuo está se movendo’. Porém, a matemática não requernenhuma interpretação: é dado uma dinâmica aos estados do campo e eles evoluem para estados posteriores do campo. Não é requerida nenhuma ‘condição de persistência’ para os ‘pedaços’ subjacentes do campo. (A matemática do contínuo pode ser usada de maneira similar para modelar fenômenos de onda em um meio, ainda que a ‘velocidade da onde’ em um ponto não seja considerada a velocidade de nenhum pedaço persistente de qualquer coisa no meio. Ondas de água no oceano podem estar indo para a praia, ainda que a água ela mesma esteja basicamente indo para cima e para baixo.)
Ainda que pudéssemos argumentar que a mecânica do contínuo pressupõe algumas condições de persistência material para pedaços de matéria homogênea, isso não teria nenhum papel na explicação de por que a mecânica do contínuo é um instrumento útil para fazermos física. Novamente, nós sabemos que a água e o ar não são materiais homogêneos. Se pudermos utilizar com sucesso a mecânica do contínuo como uma boa aproximação para tratá-los, isso certamente não é porque deve haver condições de persistência para pedaços actuais de água homogênea. E se pudéssemos especificar (o que, de fato, não podemos) o que contaria como uma ‘versão homogênea de H2O’, seria então uma questão em aberto se a mecânica do contínuo proveria uma boa abordagem matemática de seu comportamento. Presumivelmente, teríamos que tentar trabalhar a versão homogênea de H2O na física actual e ver o que acontece.
Neste ponto, o metafísico pode tentar um movimento decisivo. O metafísico pode conceder tudo isso colocando as coisas deste modo: não há razão para acreditar e toda razão para desacreditar que a situação descrita na primeira premissa seja fisicamente possível. Porém, a possibilidade metafísica tem uma extensão mais ampla que a possibilidade física. É metafisicamente possível que a física fosse diferente de como é, e ela poderia permitir a matéria completamente homogênea, e a matéria homogênea que ela permite poderia ser descrita corretamente pela mecânica do contínuo, e a velocidade do campo poderia ser corretamente interpretada como a velocidade de um pedaço persistente de matéria homogênea. Então, a mecânica do contínuo terá como modelos tanto esferas homogêneas que giram, quanto que não giram, e isso permitiria o nosso argumento seguir a diante.
Eu penso que é uma questão em aberto importante se a possibilidade metafísica se estende mais amplamente que a possibilidade física. De fato, o que exatamente essa primeira questão significa é uma questão em aberto. Mas deixemos isso de lado. A resposta óbvia dessa jogada é que ela transforma a metafísica em nada além de análise das descrições fantásticas produzidas pelos filósofos, e não surpreendentemente essas descrições fantásticas terão quaisquer características que os filósofos decidirem colocar nelas.
Suponha, por exemplo, que fiquemos interessados no problema da persistência dos objetos. A fundação para esse problema certamente é a crença inicial de que as coisas materiais actuais às vezes persistem. Talvez abandonemos tal crença no fim do dia: isso constituiria um tipo de resolução metafísica do problema. Nenhuma abordagem da ‘natureza metafísica fundamental da persistência’ é requerida, se não houver razão para pensarmos que haja tal coisa. (Não há o problema sobre a natureza fundamental da quintessência, dado que não há tal coisa.) Ou talvez pensemos que uma abordagem possa ser provida e que a crença inicial de que as coisas materiais actuais (ao menos às vezes) persistem possa ser suspensa. Muito bem: essa abordagem precisa apenas se responsabilizar em dar conta da persistência das coisas materiais actuais. Provavelmente os recursos de uma tal abordagem podem ser levados em consideração para decidir como várias situações possíveis – como a actualidade com relação às características usadas para explicar a persistência actual – teriam contido objetos persistentes. Assim que começamos a pensar sobre situações meramente imaginadas que não compartilham as características relevantes com a actualidade, todas as apostas estão perdidas. Se estipularmos que nesses casos há certas condições de persistência, que assim seja: mas não finjamos que tal estipulação é uma descoberta metafísica. Talvez possa haver uma disputa sobre se a situação imaginária é realmentemetafisicamente possível, mas se for assim, então não podemos apelar à possibilidade metafísica evidente da situação para ajudar a resolver a disputa entre abordagens metafísicas concorrentes, que é o que a estrutura do argumento que provemos pretende fazer.
Então, nós temos uma razão séria para pensar que a situação é possível (tal como uma demonstração de que ela é um modelo de alguma física razoavelmente plausível ou como um argumento de plausibilidade de que ela é um modelo da física actual) ou nós simplesmente pensamos que ela é possível porque produzimos uma descrição e decidimos nomeá-la uma possibilidade metafísica. A última abordagem simplesmente falha em fazer qualquer contato com a realidade, e é difícil ver por que a discussão de tais casos deveria ser de qualquer interesse para a ontologia.
Tomemos um outro caso que pode nos mostrar algumas dessas mesmas características. Há uma literatura filosófica volumosa sobre o problema da ‘viagem no tempo’. O que exatamente é esse problema? Há vários tópicos distintos nas redondezas e eles devem ser cuidadosamente distinguidos.
Uma questão é se podemos mostrar que a viagem no tempo é metafísicamente impossível pelo conceito ser de alguma forma internamente incoerente ou 'levar ao paradoxo'. Aqui surgem as discussões sobre o paradoxo do avô. Tentativas de provar a impossibilidade da viagem no tempo têm, desse modo, uma forma respeitável: se mostrarmos que a descrição é internamente incoerente ou auto-contraditória, então ela não pode representar nenhum tipo de possibilidade. A impossibilidade lógica é uma espécie de impossibilidade metafísica. Tais tentativas de provar a impossibilidade da viagem no tempo por meio da incoerência interna falham na medida em que abordagens logicamente coerentes da viagem no tempo vêm à tona.
Embora a impossibilidade lógica seja um tipo de impossibilidade metafísica, a possibilidade lógica não é uma espécie de possibilidade metafísica. Descrições podem ser logicamente impecáveis, tal como 'Cícero não é Túlio', e ainda assim descreverem situações metafisicamente impossíveis. Ou ao menos: qualquer tentativa de argumentar que as possibilidades lógica e metafísica coincidem incorre numa série de contraexemplos, produzidos tanto pelos exemplos familiares de Kripke/Putnam, quanto pela impossibilidade de reduzir a matemática à lógica. A maioria das posições nos debates metafísicos não identificam as possibilidades lógica e metafísica.
Uma segunda linha de abordagem sobre a viagem no tempo não tenta provar que ela é impossível, mas tenta provar que ela é metafisicamente possível. O caminho mais direto de fazer isso é, evidentemente, provando que ela é actual. Infelizmente, os filósofos não fizeram muitos avanços nessa direção. Mas a segunda melhor maneira seria provar que ela é fisicamente possível, mas aqui vai uma indicação dos problemas que com isso surgem. A noção de possibilidade física – que tem aplicações um tanto incontroversas em outros casos – não tem uma aplicação incontroversa aqui.
A fim de explicarmos a noção de possibilidade física, nós falamos anteriormente sobre modelos de uma teoria física. E se especificarmos completamente o que constitui uma teoria física particular, isso não seria problemático. Assim, por exemplo, se especificarmos que tudo que queremos dizer é ser um modelo das equações de campo de Einstein, então não é problemático mostrar que entre esses modelos há modelos com curvas temporais fechadas: viagem no tempo, no sentido usual. Se tais equações de campo não tiverem tais modelos, e se pensarmos que essas equações de campo são as equações corretas para o mundo, então a impossibilidade física da viagem no tempo estaria assegurada. Isso ainda deixaria em aberto a questão sobre a possibilidade metafísica da viagem no tempo, caso a possibilidade metafísica seja mais ampla que a física; mas deixemos isso de lado.
Como se mostrou o caso, as equações de campo de Einstein permitem, por si mesmas, a viagem no tempo. Isso talvez seja assim porque a topologia global desses modelos são colocadas à mão: as equações de campo são locais e não especificam a topologia global do espaço topológico (manifold).1 Mas mesmo assim físicos que trabalham na área não foram automaticamente convencidos de que isso mostra que a viagem no tempo é fisicamente possível. De fato, a atitude dos principais desenvolvedores do campo em 1970 foi justamente o oposto: eles pensavam que a existência de curvas temporais fechadas em uma solução indicava que essa não era uma solução física. É notável neste caso que as equações não forçam a existência de curvas temporais fechadas neste sentido: para qualquer condição inicial que especificarmos, há uma solução global para tal condição inicial que não tem curvas temporais fechadas.
Então suponha que concordamos que a viagem no tempo não é actual. Na há um sentido direto no qual a física – ou, mais precisamente, o tipo de física encapsulada pelas equações de campo de Einstein – poderia nos forçar a aceitar que a viagem no tempo é fisicamente possível. De fato, não é claro se em qualquer sentido decente as equações de campo por elas mesmas sugiram que seja possível. Assim, estamos livres para sustentar que a impossibilidade de curvas temporais fechadas está na natureza metafísica fundamental do próprio tempo, que ao nos movermos para frente no tempo a partir de qualquer evento, não poderemos voltar a tal evento.
Mas certamente essa é uma suposição forte: com que fundamento possível poderíamos sustentar tal intuição (insight) sobre a natureza do tempo e estar certos de que o tempo não vai sustentar tal tipo de recorrência? Como poderíamos saber que a natureza básica do próprio tempo é incompatível com a viagem no tempo?
Muito bem: seria muito forte clamar tal intuição sobre a natureza metafísica do tempo, especialmente dada a existência de modelos matemáticos com leis da física plausíveis que permitem a viagem no tempo. Porém, não é igualmente forte clamar a intuição sobre a natureza do tempo que toma a viagem no tempo como possível, se concedermos que ela não é actual e também que as leis da física, operando em condições que tomamos como possíveis, não a requerem. Se concedermos que ela não ocorre e que, relativamente a condições que pensamos serem possíveis, ela não tem de ocorrer, com que direito aceitamos que ela poderia ocorrer?
Então, o caso da viagem no tempo deve ser tratado como um caso de despojos para o vencedor. Não temos até agora nenhuma evidência da actualidade de curvas temporais fechadas. Nós não temos nenhuma evidência direta (tal como uma máquina do tempo), nem indireta (tal como uma teoria física fundamental bem sustentada que explique a existência de tais curvas no mundo actual). Por muitos séculos, os filósofos têm tido a forte intuição de que a viagem no tempo não é possível: não podemos, ao nos dirigir para frente no tempo, voltar ao passado. Mais recentemente alguns filósofos têm desenvolvido a intuição oposta: barrando qualquer argumento direto pelo contrário, devemos supor que a viagem no tempo é possível. Mas quaisquer dessas 'intuições' sobre a natureza fundamental do próprio tempo parece completamente sem fundamentos. Nossa experiência do tempo é experiência do tempo actual. Se concordamos que o tempo actual não tem viagens no tempo, por que deveríamos confiar em nossas 'intuições' sobre o que poderia e o que não poderia ocorrer? Talvez o nosso conceito de tempo claramente permita, ou proíba, a viagem no tempo, mas infelizmente o próprio tempo não precisa se acomodar aos nossos conceitos. O conceito aristotélico de matéria permitia discos homogêneos girando, mas os discos actuais não têm sido gentis com ele.
Tal como a suposição de que discos homogêneos que giram e que não giram são possíveis metafisicamente não deve estar disponível como premissa da qual podemos derivar conclusões metafísicas, assim também a suposição da possibilidade ou impossibilidade da viagem no tempo não deve ser tratada como um dado sobre o qual uma teoria do tempo deve ser responsável. Nós poderíamos ser muito sortudos: poderíamos mostrar que a viagem no tempo é possível ao mostrarmos que ela é actual. Mas nós não costumamos ser sortudos dessa maneira com relação a discos. Ou, novamente, venhamos a aceitar uma física que ou exclui, ou obviamente permite, a viagem no tempo ou os discos. Se isso for o caso, este será um subproduto fortuito: nossos fundamentos para aceitar a física não será que ela permite ou não permite essas possibilidades. Ou a física que acabarmos aceitando pode não resolver a questão de nenhuma maneira óbvia. Nós teríamos, então, que nos engajarmos em sérias considerações sobre se há qualquer fato – físico ou metafísico – sobre o qual fomos deixados ignorantes.


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