sexta-feira, 4 de março de 2011

Formalizando as intuições sobre o sentido da vida

Quando nos perguntamos sobre o sentido da vida, duas análises são em princípio possíveis: 1. que estejamos perguntando qualquer coisa sobre a finalidade ou a razão de ser da vida ou de uma vida, ou 2. que estejamos perguntando qualquer coisa sobre o valor da vida ou de uma vida. No presente artigo, não abordo 1 nem a vida como um todo, mas tomo as vidas individuais no contexto de 2. Explico brevemente o que seria ter uma concepção objetivista e o que seria ter uma concepção subjetivista do sentido da vida; e, então, tento mostrar como podemos pensar em fórmulas que consigam captar as intuições dessas concepções, sem me comprometer com nenhuma delas. Meu caminho é mostrar que ambas as concepções objetivista e subjetivista pensam o sentido da vida relacionado a projetos ou realizações que fazem cumprir princípios de valor (sendo o valor objetivo ou subjetivo, conforme a concepção adotada), e depois tentar indicar que os projetos ou as realizações da vida de uma pessoa se juntam através de uma soma simples para falarmos do sentido de sua vida. O modo que sugeri de encontrar o valor de uma dessas realizações não me pareceu gerar nenhum problema teórico. Mas a soma simples de realizações (e/ou projetos) para representar o valor do sentido da vida de uma pessoa simplesmente não funcionou. Isso porque parece faltar algum tipo de índice que possa formalizar as relações entre as realizações. Assim, embora não tenhamos conseguido formalizar adequadamente a relação entre realizações na aquisição do sentido da vida de uma pessoa num certo tempo, conseguimos uma boa formalização intuitiva para aquisição do valor de uma realização e esperamos ter iniciado uma investigação interessante para futuros lógicos, metafísicos, matemáticos e teóricos do valor.


Citação: Cid, Rodrigo (2011). "Formalizando as intuições sobre o sentido da vida". Revista do Seminário dos Alunos do PPGLM/UFRJ: n. 1, artigo número 10.