Definamos um ‘egoísta’ como alguém constituído psicologicamente de modo a se importar apenas consigo próprio e, assim, agir sempre tendo em vista a maior vantagem para si, sem que considerações em conflito com a sua tenham qualquer peso para ele. Entendamos o ‘egoísmo ético’ como a doutrina moral de que todas as pessoas devem ser egoístas.
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Assumindo-se que o “não-dogmatismo moral” é incorreto e que qualquer ética deve demandar de cada pessoa que adira a ela em pensamento tanto quanto em ação, podemos concluir que o egoísmo ético deve, consequentemente, fazer duas requisições logicamente incompatíveis para cada pessoa: (1) uma maquiagem psicológica totalmente egoística (assim como também o comportamento); (2) uma aderência sincera ao egoísmo ético em pensamento e em ação. Ninguém pode sustentar que algo logicamente impossível seria moralmente obrigatório. Por isso, qualquer ética que faz prescrições inconsistentes, está refutada. Desse modo, o “egoísmo ético”, tendo sido mostrado que ele é inconsistente, está validamente refutado.
[Original Inteiro e em Inglês em: http://analysis.oxfordjournals.org/content/34/2/38.full.pdf]