A questão principal discutida por Austin é “como sabemos que outra pessoa está zangada?”. Ele a discute em referência ao texto de John Wisdom (“Other Minds”. Proceedings of Aristotelian Society: vol. supl. 20, 1946). Este último se pergunta se sabemos tal coisa de modo semelhante a como sabemos que uma chaleira está fervendo. Austin não acredita que Wisdom dê um tratamento adequado à questão. Ele pensa que é incorreto dizer que sabemos tais coisas por indução, pois alegamos apenas raciocinar por indução, e não saber por meio dela. Mas continua a pensar frases como “esta chaleira está fervendo” ou “isto é um pintassilgo” como semelhantes a “ele está zangado”. A semelhança está no fato de essas frases serem de um tal tipo que permite que perguntemos “como você sabe?” e que permite que em determinadas ocasiões afirmemos apenas acreditar, e não saber. Assim, quando falamos que sabemos tais coisas, há um sentido em que queremos dizer que realmente as sabemos e um outro sentido em que apenas queremos dizer que as acreditamos.