A filosofia sempre esteve sob a influência dos desenvolvimentos científicos de seu tempo. Neste início de século, a pressão para que os procedimentos filosóficos de investigação sejam atualizados vêm de um conjunto de disciplinas que estão revolucionando o conhecimento da natureza humana. Disciplinas como as ciências cognitivas, as neurociências, a bioquímica, a psicologia evolucionista, a paleoantropologia e a etnologia, para citar algumas das mais influentes, têm imposto à filosofia um grande desafio à sua capacidade de absorver novos conhecimentos, estabelecer um diálogo interdisciplinar e contribuir para o avanço das ciências. Na oficina filosófica deste ano, o grupo Quíron põe em discussão os novos horizontes metodológicos que se apresentam à pesquisa em filosofia, em especial, ele põe em pauta a questão da influência dos estudos empíricos, experimentais e observacionais, sobre os procedimentos típicos do trabalho filosófico, quais sejam, o trabalho com conceitos e a construção de teorias abrangentes mediantes expedientes argumentativos. Em questão está a efetividade da filosofia de poltrona (armchair philosophy). A partir desse quadro, aos convidados e participantes estão postas questões como estas: a) a filosofia pode ser feita a partir de e com base em estudos empíricos?; b) que papel tem a filosofia a cumprir junto às ciências, em especial às ciência que ampliam o conhecimento do homem a partir do estudo de sua constituição biológica?; c) que impacto terão esses conhecimentos sobre as ciências sociais?; d) em que medida esses conhecimentos permitem revisitar o conceito de engenharia social?; e) que implicações éticas esses avanços científicos trazem consigo?; f) como o próprio conceito de ética é afetado pela influência dessas disciplinas.
Inscrições: www.unisinos.br/eventos ou no Atendimento Unisinos - Centro Comunitário Unisinos
Adriano Naves de Brito (Unisinos)
Pesquisadores convidados:
César Schimer
Cinara Maria Leite Nahra sexta
Eros Moreira de Carvalho
João Carlos Brun Torres
Marco Antonio Azevedo quinta
Renato Fonseca
Renato Zamora Flores
Ricardo Bins Di Napoli
Sofia I. A. Stein
PROGRAMA
Dia 24 novembro 2011
15h – Marco Antonio O. de Azevedo (UNISINOS) - O Experimento Milgram: qual a melhor explicação?
16h – Ricardo B. di Napoli (UFSM) - Intuicionismo e dilemas morais
17h – Sofia Inês Albornoz Stein (UNISINOS) - Como naturalizar o sentido? acompanhando o método da biosemântica
18h – Intervalo
20h – Mesa redonda: César Schirmer dos Santos (UFSM), Eros de Moreira Carvalho (UFRGS), João Carlos Brum Torres (UCS), Renato Duarte Fonseca (UFRGS) - Sensações não são dados, percepções sem conceitos não são cegas: Burge sobre a psicologia experimental e a filosofia da percepção do século XX.
21h30min – Encerramento das atividades do dia.
Dia 25 novembro 2011
15h – Renato Zamora Flores (UFRGS) - Autômatos sofisticados tentam entender quem são.
16h – Cinara Nahra Leite (UFRN) - A revolução ética causada pela neurociência, biotecnologia e pelo desenvolvimento tecnológico em geral.
17h – 17h30 Intervalo
17h30 – Adriano Naves de Brito (UNISINOS) - Entre a poltrona e a pipeta: o que pode a Filosofia?
18h45min – Plenária
19h30min – Encerramento
Local: Sala Conecta - Campus São Leopoldo da Unisinos